Queremos agradecer as 37 pessoas que juntas doaram o valor total de R$ 4.694,00. Esse valor foi revertido em doações para nossos alunos do Português de Acolhimento.
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- 44 cestas básicas (32 já foram entregues até o momento, veja a nota fiscal);
- 4 botijões de gás de cozinha (Transferimos os valores direto para conta dos alunos, pois estava muito complicado encontrar botijões de gás nas cidades);
- Gasolina para o transporte das cestas até as casas dos alunos (percorremos 82.2km de carro);
- 5 cotas solidárias (total de R$1700) de produtos orgânicos produzidos por duas CSA (Comunidade que Sustenta Agricultura) do DF. Essa é uma ação em parceria entre o Vila Brasil – Língua e Cultura, Matres Socioambiental, CSA Pé na Terra e a CSA da Florestta. Entenda melhor essa pareceria clicando aqui.
Dia da entrega aos alunos do Português de Acolhimento
Sete famílias foram contempladas, resultando num total de 36 pessoas. Essas famílias são originárias da Venezuela e da Síria e residem em Taguatinga, Ceilândia, Águas Claras e Águas Lindas, no Distrito Federal.
A entrega dos produtos foi feita na quinta-feira, dia 16 de abril de 2020, com todos os cuidados necessários e requeridos pela Organização Mundial da Saúde. Foram usados luvas, máscaras, álcool em gel e distanciamento. Veja fotos do dia da entrega (decidimos não divulgar fotos das pessoas contempladas para não expô-las):
Duas histórias de vida de alunos do Português de Acolhimento
Nossos alunos têm histórias de vida marcadas por muitas lutas, superações, ajudas e felicidade! Decidimos, então, compartilhar duas histórias com vocês, omitindo seus nomes verdadeiros.
Eu, antes da crise na Venezuela, tinha bom trabalho fixo há 20 anos e era supervisora de um grupo de homens e mulheres como funcionária pública. Tinha um apartamento próprio, duas faculdades, entre outras coisas, morava com um filho de 11 anos. No meio da corrupção do meu país, eu fiquei três dias sem comer e meu filho um dia. Tomei a decisão de sair, pedi ajuda para meu sobrinho Walker que morava em Brasília. Em dezembro de 2018, deixei meu único filho com minha mãe, pedi emprestado dólar e saí do país. A viagem foi muito triste e a corrupção de militares da Venezuela foi horrível. Quando a gente chegou a Pacaraima nosso mundo se mostrou diferente apesar da dificuldade de comunicação na língua portuguesa, logramos entender, pois o trato foi diferente. Então, eu escutei muito no YouTube e escrevi as frases importantes. Justamente com meu irmão e sobrinho em Brasília, conheci a coordenadora do Português de Acolhimento do Vila Brasil, Eliani de Moraes, quem tem muito bom acolhimento para refugiados. Minha família e eu, nós todos recebemos aulas de língua portuguesa com professores em nossa casa. Isso nos ajudou encontrar com boa comunicação no trabalho que aqui comecei em um nível baixo. Não importo. Com meus salários paguei aluguel em uma casa pra mim, também alguns os equipamentos usados e outros doados pela ELIANI. Trouxe mais tarde, minha irmã suas filhas e meu filho, o Deolmes em setembro de 2019. Temos recebido ajuda do Vila Brasil muito boa para Deolmes, ele já têm 13 anos e junto com minha família recebe aulas de português. Ele estuda na rede pública de ensino do GDF. É um estudante muito bom e leu rapidamente 15 livros na biblioteca de ensino e Biblioteca Nacional, pois compartilhamos o mesmo anseio por conhecimento. Agora na quarentena ele fez desenho de cultura japonesa e estuda inglês e japonês. Yaimis e Deolmes.
Chegamos ao Brasil e somos refugiados. Viemos da Síria fugindo da Guerra. Perdemos muitos de nossa família na guerra. Moro com 5 irmãs e 3 sobrinhos de 14, 12 e 8 anos. Estamos à procura de emprego, mas infelizmente no momento não conseguimos. Tenho também a venda de sanduiches árabe, porém com o Corona estamos atendendo apenas para entrega e com isso as vendas caíram em 99%. Mohammed e família